Folha de S. Paulo - 03/04/2010
União de Jovens Comunistas se reúne hoje e amanhã instada a traçar estratégias contra crise econômica
Militantes da juventude comunista de Cuba traçarão neste fim de semana estratégias para o futuro, com a tarefa encomendada pelo regime castrista de enfrentar a crise econômica e a apatia de um setor de jovens desencantados com a revolução.
Sob o lema de assegurar a continuidade do socialismo na ilha, a União de Jovens Comunistas (UJC), que tem 600 mil filiados, celebrará hoje e amanhã seu congresso quinquenal, preâmbulo da reunião que deve ser realizada nos próximos meses para traçar os rumos do país pelo Partido Comunista.
"Não haverá mudanças, mas sim continuidade", disse o vice-presidente José Ramón Machado Ventura nas reuniões preparatórias do congresso da UJC. A entidade faz seu congresso instada por Raúl Castro a trabalhar duro para enfrentar a grave situação que o país vive devido à centralização excessiva da economia e à crise global.
Milhares de jovens cubanos não trabalham nem têm interesse em fazê-lo, acostumados ao paternalismo estatal e desmotivados por salários na casa de US$ 20 mensais. Num país cuja população de 11,2 milhões é uma das mais envelhecidas das Américas, a maioria dos mais de 30 mil cubanos que fogem a cada ano para os EUA e a Europa é de jovens em busca de melhoria econômica.
Além das dificuldades econômicas, o congresso acontece num momento de tensão interna e críticas internacionais ao governo devido à repressão aos dissidentes, que culminou em fevereiro com a morte do preso político Orlando Zapata após greve de fome de 85 dias. A situação levou, por exemplo, a União Europeia a cancelar cúpula com Havana prevista para a semana que vem.
A primeira-secretária da UJC conclamou o grupo a enfrentar os "pseudorrevolucionários que rasgam as fantasias e assumem um discurso fabricado pelo império [os EUA]".
"COMO O REGIME CASTRISTA COOPTA ESSES JOVENS?"
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