Autor(es): DA REDAÇÃO
Folha de S. Paulo - 26/04/2010
O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido emitiu ontem um pedido formal de desculpas ao papa Bento 16 após a publicação de um memorando interno no qual funcionários afirmavam que o pontífice poderia abrir uma clínica de aborto, lançar uma linha de preservativos ou cantar um dueto com a rainha Elizabeth 2ª durante sua visita de quatro dias ao país, agendada para setembro.
O texto, que teve partes publicadas pelo jornal "Sunday Telegraph", também sugeria que o papa poderia abençoar um casamento gay e reconhecer os abusos sexuais de crianças praticados por clérigos criando um número de telefone para que as vítimas pudessem fazer denúncias.
O memorando foi redigido por funcionários de baixo escalão da Chancelaria após uma reunião que discutiu ideias para a visita, a primeira ao Reino Unido de um chefe da Igreja Católica desde a de João Paulo 2º, em 1982.
O embaixador britânico no Vaticano, Francis Campbell, se reuniu com autoridades da Santa Sé e ofereceu uma desculpa formal. A Chancelaria informou ainda que um dos envolvidos na redação do texto foi transferido para outra função."A Chancelaria lamenta esse incidente e está profundamente arrependida pela ofensa que ele causou", disse o ministério em um comunicado.
O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, confirmou o recebimento da desculpa formal. "Eles providenciaram todas as explicações", disse. "Para nós a questão está encerrada e não pode absolutamente atrapalhar a visita do pontífice ao Reino Unido, prevista para setembro", completou Lombardi, desmentindo assim boatos da imprensa britânica segundo os quais o caso poderia levar ao cancelamento da visita do papa.
Na viagem que fará à Escócia e à Inglaterra entre 16 e 19 de setembro, o papa deve fazer um discurso em Londres e participar de uma cerimônia ecumênica na abadia de Westminster e de um evento público no parque Bellahouston, em Glasgow.
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