terça-feira, 15 de maio de 2012

Professor fará greve



Correio Braziliense - 15/05/2012
 

Mesmo com o reajuste para os servidores públicos federais publicado ontem pelo Ministér io do Planejamento, os professores federais ameaçam cruzar os braços a partir desta quinta-feira. Muito além do aumento salarial, eles querem a reestruturação do plano de cargos e salár ios . Um dos pedidos é para que a carreira seja dividida em apenas 13 níveis , sem divisão de classes , e que haja uma variação salarial de 5% entre eles. Com isso, o professor teria um piso salarial de R$ 2,3 mil e chegar ia ao topo da carreira em 25 anos.
Dessa maneira, o modelo respeitaria, inclusive, o direito das mulheres da educação básica, de se aposentar após 25 anos de trabalho, sem prejuízo de seu desenvolvimento na carreira. O movimento foi aprovado por 33 votos favoráveis e três abstenções no último sábado, durante reunião dos representantes das instituições federais de ensino (Ifes). Agora, a decisão será levada para as assembleias locais, que serão realizadas hoje em todo o país. Está marcada também para hoje uma reunião entre representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do governo para tentar solucionar o impasse.
Se não houver acordo, as eventuais atividades que poderão ser consideradas essenciais ainda serão definidas caso a caso. Nesta quinta-feira, a categoria planeja também uma mobilização na Esplanada dos Ministérios. O sindicato informou que, além da reestruturação da carreira, os professores reivindicam a valorização e a melhoria das condições de trabalho, o que vai desde a oferta de material em sala de aula até a infraestrutura das universidades e a contratação de profissionais.
Reivindicações
“A precariedade nas instituições federais, em diversas partes do país, principalmente nos câmpi criados por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), também vem sendo há tempos denunciada”, disse o Andes.
O sindicato lembrou que essas reivindicações são históricas e que vêm sendo discutidas desde o segundo semestre de 2010, sem avanços efetivos. O problema das universidades atinge também os servidores técnico-administrativos. No ano passado, eles realizaram uma greve de mais de 100 dias em busca de um piso salarial de, pelo menos, três salários mínimos, em substituição ao atual, de R$ 1.034. Como resposta, o governo encerrou as discussões, sob a alegação de que não negocia com categoria parada.

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