terça-feira, 5 de outubro de 2010

Votar, perder e culpar

Diário dos Campos 05/10/2010

Porque agora liberou geral declarar voto póóóóde! E porque é importante deixar público e claro ao novo grupo no poder que se respeita, sim, a regra do jogo, mas nem por isso busca-se um buraco na cerca para passar, sorrateiramente, e compartilhar os cajuzinhos da vitória, eis aí o primeiro ato: meu voto foi para o senador Osmar Dias, PDT, e nessa decisão está incluída a torcida e a colaboração fora do expediente, tal qual o presidente Lula nos ensinou.

E perder uma eleição, o segundo ato da trilogia do título dessa coluna, é experiência dolorosa, caprichosa e definitiva. Porque não adianta chorar sobre os votos derramados nas urnas com o nome do adversário. Semelhante depressão só é parecida com o gol tomado na Copa do Mundo, com o agravante de que o time do outro lado vai influir na nossa vida nos próximos 4 anos. Não é bolinho, não, e se isso diverte os adversários, que se deleitem. Também é do jogo.

Mas humano, também, é culpar alguém pelo acontecido e esse é o terceiro ato, que se estende desde o ator principal, o candidato, até o sujeito que, por dinheiro ou esperança, segurou bandeira nas esquinas em dia de sol quente. Todo perdedor tem um culpado favorito, às vezes vários, e por mais incrível, o peso da responsabilidade não recai sobre o adversário, mas sim sobre os mais próximos, aqueles que se dedicaram dia e noite à batalha. Semelhante contradição acontece para resguardar a alma do mal maior, a de assumir que a vantagem aconteceu porque o lado de lá foi mais eficiente. Seria, então, perder mais uma vez e aí já é demais pro cabeção. Desde o começo da noite de Domingo, eu e 2 milhões 645 mil e 112 paranaenses que votamos em Osmar Dias lambemos a ferida aberta pela derrota eleitoral. Mas logo passa porque a vida é isso aí!

Pesquisas & Dúvidas
Nem bem terminou de beber o primeiro Moet & Chandon pela vitória nas urnas e o governador eleito do Paraná, Beto Richa, PSDB, já estava se explicando sobre a estratégia da campanha de censurar 9 pesquisas dos três principais institutos, (Datalhafolha, Ibope e Vox Populi), nos 15 dias que antecederam o 3 de outubro. E vai continuar se explicando por um bom tempo porque abriu um precedente, através da Justiça, que vai consumir páginas e páginas de debates e opiniões daqui pra frente. Ética eleitoral e liberdade de informação à parte, o candidato tucano foi o vencedor da eleição de 2010 depois que conseguiu proibir todas as pesquisas no exato momento em que teve a diferença para Osmar Dias, PDT, de 16 pontos reduzida para 5 pontos. Se a tendência continuasse, matematicamente Osmar Dias poderia comemorar a virada em questão de dias. Sem pesquisas, todo mundo jogou na roda a sua própria versão e deu no que deu. A dúvida aí está. E os Institutos de Pesquisa que se cuidem. Se a moda pega...

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