Nos últimos anos, nas diferentes esferas administrativas, investimentos maciços na educação pública têm sido efetivados. Na ânsia de contribuir para o crescimento econômico e promover o desenvolvimento social, escolas vêm sendo construídas e reformadas, docentes recebendo qualificação profissional gratuita, entre muitas outras ações meritórias.
Porém, um longo caminho ainda deve ser trilhado por toda a sociedade, ou seja, poder público e população em geral, no sentido de que a educação se torne realmente de qualidade.
Infelizmente, o sistema educacional possui diversas lacunas, falhas e ao mesmo tempo, a má vontade dos gestores educacionais contribui para que problemas graves acabem atingindo as instituições de ensino.
Vamos aos fatos da realidade dura que muitas pessoas desconhecem: Os índices de repetência devem ser o mais reduzido possível, tendo em vista que, se não existirem números “bonitos” fica difícil do país e do estado conseguir empréstimos financeiros junto a organismos internacionais. Nesse sentido, a reprovação só ocorre em casos extremos, quando um educando reprova em três ou mais disciplinas, por exemplo; Aí cabe um questionamento: Se nas escolas particulares reprova-se em uma disciplina, porque na escola pública isso não ocorre? Muitas escolas não possuem bibliotecários, sendo que um importante espaço de difusão do conhecimento e até mesmo de aprendizagem acaba virando depósito de carteiras e cadeiras quebradas; Outra prática bastante comum refere-se à merenda escolar, literalmente roubada por funcionários da escola; Além disso, no Programa Leite das Crianças do governo estadual, muita gente que não tem direito à levar este precioso alimento para casa o leva, tendo em vista seus “conhecidos e camaradas” dentro das escolas. Ao leitor que desconhece, cabe explicar: as escolas fazem a distribuição gratuita do leite para aqueles que realmente têm direito e são cadastrados para receber esta assistência.
Diante desse breve contexto, cabe questionar o que os profissionais lotados em secretarias de educação, bem como nos núcleos regionais de educação realmente estão fazendo. Exercendo seu trabalho de que forma? Como ocorre a fiscalização? E os profissionais da educação (professores, equipe pedagógica, direção) que assistem isso e nada fazem e nada falam?
Para finalizar esta primeira parte, uma última consideração: Como o professor, em sua prática docente pode falar em cidadania, democracia, direitos iguais se a poucos metros de distância, debaixo do mesmo teto, pessoas estão realizando práticas incoerentes e incorretas com o produto oriundo de nossos impostos?
ISONEL SANDINO MENEGUZZO (Professor de Geografia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário