sábado, 24 de março de 2012

Educação: quando o Estado não cumpre o dever

Ari Cunha - Visto, Lido e Ouvido - Ari Cunha
Correio Braziliense - 24/03/2012

Um dos maiores problemas enfrentados pelos professores é a falta de interesse dos pais pela vida escolar dos filhos. Isso não varia com a renda per capita. Há pais com baixo poder aquisitivo que estão sempre atentos às atividades dos pequenos. Sabem dizer não e são respeitados. Mesmo trabalhando fora, acompanham o passo a passo dos filhos, o rendimento escolar, o comportamento em sala de aula, as faltas, os amigos, as pesquisas e os deveres de casa. Participam com carinho e atenção, mesmo que mal saibam ler e escrever. Sempre que podem vão à escola, conversam com os professores e orientadores. São conhecidos e falados nas reuniões do conselho de classe. Dão autoridade para que os professores ajam com energia. Evitam superproteger os filhos sabendo que a educação entre casa e escola deve ter continuidade. Educam com a simplicidade de quem pensa que "se filho não precisasse de pai e mãe, nasceria em uma árvore". Ouvem os professores com respeito, conversam quando discordam e pedem ajuda quando não sabem lidar com alguma situação. São respaldados por um projeto de lei que resguarda os pais necessitados de faltar ao trabalho para participar da reunião na escola dos filhos. Há também os professores que conhecem os problemas e, quanto mais experientes, mais conseguem a participação da família na relação com a escola. Quadro ideal. Acontece que a cada início do ano letivo professores da rede pública entram em greve. A criançada fica sem rumo. A rotina da casa é alterada. O futuro dos filhos é engessado até que a situação se resolva. Os profissionais que receberam promessas de melhorias salariais não são atendidos. Alguns titubeiam quando pensam nos alunos. Trabalham com a mente, mas o coração fala mais alto. Certo é que, desde os menores aos mais velhos, todos são prejudicados. Adolescentes que conseguiram o primeiro emprego não poderão ter aulas repostas aos sábados. Quem não pode pagar colégio particular perde. Mesmo que a educação seja constitucionalmente um dever do Estado.

A frase que foi pronunciada
"A pressa é inimiga da procissão."
Chico Anysio

Sobradinho I
» Nesta segunda feira, a Secretaria de Justiça vai comemorar, pela manhã, os quatro anos do Na Hora em Sobradinho. Trata-se da prestação de serviço realizada pelo governo local mais elogiada pela população, pela qualidade do atendimento, agilidade e solução. A festa será na Quadra Central, no Serra Shopping. O convite chegou pela assessora de imprensa Anna Catyara Araújo.

Lago
» Da QL 2 à QL 6 do Lago Sul, o lago já não existe. Estamos assistindo, com pesar, à morte do nosso mais belo cartão postal. Essa é a opinião dos [moradoresedefensoresdolagodf]. E-mail assinado por José Alves.

Pegadona
» Tudo aconteceu no programa do Faustão. O quadro, com câmera escondida, contratava profissionais para consertar uma televisão. O conserto seria simples e, pelo defeito causado pela produção, não deveria custar muito. Na verdade, o preço final por causa de um fusível foi de R$ 30 mil. É que um dos técnicos não gostou da brincadeira e entrou na Justiça por dano moral.

Automotivo
» Continua a reclamação. No parque ao final da Asa Norte, perto da Ponte do Braguetto, as madrugadas são regadas a muita bebida e som automotivo. Não há fiscalização. Moradores de muitos quilômetros à volta já não sabem mais o que fazer.

Silêncio
» É lei. Toda escola tem que ter uma biblioteca. Deveria ser lei também as bibliotecárias autorizarem a saída dos livros e confiarem nos alunos. O medo é tanto que eles ficam fechados nas prateleiras para continuarem bonitinhos.

Garantia
» Por falar em lei, se o papel que garante ao cliente que ele pagou a conta pode desbotar ao ser exposto no calor, deveria ser lei os bancos usarem um papel de melhor qualidade que pudesse manter a impressão eternamente.

Leitores
» Pelas correspondências que recebemos sobre ataques sexuais em escolinhas de futebol, vem bomba por aí. Não vamos publicar o que não é provado.

Ditadura
» Nenhuma consequência para os alunos da UnB que torturaram os novatos? Se enquanto estudantes foram capazes de uma brincadeira dessas, imagine que profissionais a universidade colocará no mercado. A penalização precisa ser exemplar.

Segredo
» Joaquim Campelo, que também assina o dicionário Aurélio, tem um hobby que pouca gente sabe. É cuidadoso colecionador de azulejos antigos.

História de Brasília
Há quem diga que eu estou exagerando, mas o presidente precisa saber desta: a guarda do Palácio terá, proximamente, mais oito guaritas que serão construídas em redor do Alvorada, e mais um alambrado em frente ao lago. É proteção demais para um regime democrático.

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