Isto é - 16/08/2010
A premiação de "As Melhores da Dinheiro" é marcada pela certeza de que o Brasil está a caminho de se tornar um país desenvolvido
Enquanto a economia mundial ainda se recupera do impacto da crise financeira que abalou o planeta após a quebra do banco Lehman Brothers, o Brasil vai encerrar 2010 com uma das maiores taxas de crescimento do mundo. Esta foi a tônica da cerimônia de entrega da 7ª edição do prêmio As Melhores da Dinheiro, que reuniu mais de mil lideranças empresariais e políticas no Terraço Daslu, em São Paulo, na noite da quinta-feira 12. Em discurso na abertura do evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar o ano com expansão de cerca de 7%, e será um dos maiores crescimentos do mundo, atrás apenas da China e, talvez, da Índia. Ao citar a criação este ano de 1,5 milhão de empregos no País, Mantega reforçou seu otimismo em relação à economia brasileira: O Brasil é um dos poucos países que saíram da crise melhor do que entraram.
O presidente executivo da Editora Três, Carlos Alzugaray, sintetizou o clima dominante no evento. A hora do Brasil chegou, afirmou Alzugaray. Estamos realmente encaixados no trilho para que, no futuro próximo, deixemos de ser um país emergente para nos tornarmos uma nação desenvolvida. No total, as 500 empresas listadas pela As Melhores da Dinheiro somaram em 2009 uma receita líquida de R$ 2,2 trilhões, o que corresponde a quase 80% do PIB brasileiro. No período, a maioria dessas companhias faturou entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões. O ranking das empresas premiadas foi montado a partir de dados das empresas tabulados e analisados pela BDO Trevisan e dividido em cinco categorias: sustentabilidade financeira, recursos humanos, inovação e qualidade, responsabilidade social e governança corporativa.
A grande vencedora deste ano foi a Brasil Foods. Com atuação em 110 países, a companhia nascida da fusão entre a Perdigão e a Sadia recebeu do presidente executivo da Editora Três o prêmio de Empresa do Ano. Em seus primeiros 12 meses, a Brasil Foods, que contabiliza 105 mil funcionários e 64 unidades industriais, teve um desempenho surpreendente: sua receita líquida subiu de R$ 11,3 bilhões em 2008 para R$ 20,9 bilhões em 2009, enquanto o lucro líquido saltou de R$ 54 milhões para R$ 228 milhões.
Questionado se o Brasil como um todo tem estrutura para crescer em ritmo similar ao da Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, co-presidente do conselho de administração da empresa, lembrou que há pouco tempo havia em certos setores a crença de que o País não poderia ultrapassar o índice de 3,5% de crescimento por causa do risco da inflação. Hoje, sabemos que o País pode crescer 5% tranqüilamente, ressaltou Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento. Resta mudar o patamar para cima. Temos de crescer mais, pular para o patamar de crescimento de 7%, 8%.
Ao lembrar a responsabilidade do atual governo na condução da política econômica do País, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, comemorou o excelente desempenho das empresas brasileiras em período de plena turbulência internacional. O País se faz com empresas inovadoras e produtivas que possam contribuir para a produção da riqueza econômica, disse o presidente do BC. Hoje, o Brasil pode se orgulhar de ter empresas brasileiras atuando no mundo.
Outras 30 empresas foram premiadas pela As Melhores da Dinheiro: cinco como campeões de gestão e 25 vencedores em seus setores de atuação. 2009 foi um ano desafiador para todos nós, resumiu o diretor-presidente da Natura, Alessandro Carlucci, que venceu na categoria farmacêuticos, higiene e limpeza. Além de Mantega e Meirelles, a cerimônia teve a presença dos ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento) e Erenice Guerra (Casa Civil). Também participou da entrega da premiação boa parte da elite empresarial brasileira. Estiveram no Terraço Daslu os presidentes da Vivo, Roberto Lima; do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; da Redecard, Roberto Medeiros; da Suzano, Antonio Maciel Neto; da Embraer, Frederico Curado; da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch; e Nildemar Secches, co-presidente do conselho de administração da Brasil Foods, além de outros empresários.
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