Autor(es): MARIANA MANDELLI
O Estado de S. Paulo - 13/11/
Como ocorreu no ano passado, as escolas particulares de São Paulo reajustaram suas mensalidades para 2012 acima da inflação. Há casos em que o aumento foi de quase 20% do preço pago durante este ano. A maior parte dos colégios afirma que os acréscimos se devem aos gastos com a folha de pagamento e com investimentos em infraestrutura, especialmente em tecnologia.
O Estado consultou 24 escolas paulistanas - algumas delas em altas posições do ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - sobre os reajustes em diversos anos do ensino fundamental e médio (veja o quadro nesta página com as mensalidades do 9.º ano).
Na semana passada, reportagem do Estado relatou a polêmica entre os pais dos alunos do Colégio Visconde Porto Seguro, cujo reajuste do 9.º ano chegou a 15%, de acordo com a escola. A instituição diz que o aumento se deve aos investimentos pedagógicos e também à mudança na lei de isenção fiscal de fundações como a que administra o colégio.
Há aumentos que chegam a 19,47%, como é o caso do ensino fundamental 2 do Colégio Sion. A escola afirma que o aumento da carga horária e a implementação de algumas disciplinas - inglês na educação infantil até o 5.º ano e redação e geometria de 6.º ao 9.º ano. O valor acumulado da inflação (IPCA-IBGE) nos últimos 12 meses, divulgado ontem, é de 6,97%.
Também há, entre as escolas, reajustes diferentes em cada etapa de ensino. Mesmo assim, a justificativa mais comum entre elas são os gastos com a folha de pagamento. "Cerca de 85% da receita vai para a folha de pagamento", afirma Silvio Barini Pinto, diretor do Colégio São Domingos, onde o reajuste - de 10,2% - é discutido em um conselho do qual as famílias fazem parte.
A correção salarial do corpo docente, segundo as escolas, também pesa nos gastos. "O dissídio dos professores só vem em março, e em uma época de aceleração da inflação como essa, não dá para prever o que vai acontecer", diz Fernando Caiubi, mantenedor do Colégio Elvira Brandão, onde o reajuste foi de 10%.
A escola também destaca os investimentos em tecnologia como fatores que pesam no orçamento. É o mesmo caso de colégios como o Bandeirantes.
"Estamos com o projeto de colocar o prédio todo em rede, além de aumentar o uso dos tablets", afirma o diretor-presidente Mauro Aguiar, que também aponta a participação nos lucros dos funcionários como outro fator, além do aumento salarial.
Ainda segundo os colégios, os gastos com infraestrutura e manutenção dos prédios também influenciam. "Existem custos com materiais, construções e melhoria das instalações, por exemplo", diz Maria de Lourdes Trevisan, diretora administrativa do Colégio Oswald de Andrade, cujo reajuste chegou a 9,7%.
Para o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), os reajustes das escolas consultadas pela reportagem está acima da média. "Realmente, índices de 12% a 15% são bem acima do que prevemos", afirma José Augusto Lourenço, vice-presidente da entidade, que havia previsto aumentos entre 8% e 10%.
Segundo ele, as escolas que não reajustarem suas mensalidades em pelo menos 10% podem ter prejuízos no ano que vem. "Além da inflação, investimentos e dissídio, existem fatores como a inadimplência e a própria economia mundial, que está em uma situação complicada. As escolas que não aumentarem podem não aguentar no ano que vem", diz Lourenço.
Fazendo as contas. Para os pais, o aumento na mensalidade exige fazer adaptações no orçamento da família. "Tem de controlar e negociar com o filho o aumento da mesada ou a compra de alguma coisa nova, por exemplo", afirma Mônica Jorge, mãe de um aluno do ensino médio do Colégio São Domingos, em Perdizes. Ela é um dos pais que fazem parte do conselho do colégio, onde se discute a planilha de gastos e os aumentos. "Um reajuste de 10%, como é o de agora, em valores absolutos, é alto. Mas, pelo serviço oferecido pela escola, os pais se sentem confortáveis em pagar."
Na casa da administradora Mônica Issa, que tem dois filhos no ensino fundamental da Escola Carlitos, em Higienópolis, também são feitos alguns "ajustes" para pagar a educação das crianças. "Não tem jeito, a gente tem de cortar algumas coisas, como viajar para o exterior ou mesmo trocar de apartamento, para poder investir nelas", conta. O reajuste nas mensalidades da escola, que oferece ensino semi-integral, foi de quase 12%.
O Estado de S. Paulo - 13/11/
Como ocorreu no ano passado, as escolas particulares de São Paulo reajustaram suas mensalidades para 2012 acima da inflação. Há casos em que o aumento foi de quase 20% do preço pago durante este ano. A maior parte dos colégios afirma que os acréscimos se devem aos gastos com a folha de pagamento e com investimentos em infraestrutura, especialmente em tecnologia.
O Estado consultou 24 escolas paulistanas - algumas delas em altas posições do ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - sobre os reajustes em diversos anos do ensino fundamental e médio (veja o quadro nesta página com as mensalidades do 9.º ano).
Na semana passada, reportagem do Estado relatou a polêmica entre os pais dos alunos do Colégio Visconde Porto Seguro, cujo reajuste do 9.º ano chegou a 15%, de acordo com a escola. A instituição diz que o aumento se deve aos investimentos pedagógicos e também à mudança na lei de isenção fiscal de fundações como a que administra o colégio.
Há aumentos que chegam a 19,47%, como é o caso do ensino fundamental 2 do Colégio Sion. A escola afirma que o aumento da carga horária e a implementação de algumas disciplinas - inglês na educação infantil até o 5.º ano e redação e geometria de 6.º ao 9.º ano. O valor acumulado da inflação (IPCA-IBGE) nos últimos 12 meses, divulgado ontem, é de 6,97%.
Também há, entre as escolas, reajustes diferentes em cada etapa de ensino. Mesmo assim, a justificativa mais comum entre elas são os gastos com a folha de pagamento. "Cerca de 85% da receita vai para a folha de pagamento", afirma Silvio Barini Pinto, diretor do Colégio São Domingos, onde o reajuste - de 10,2% - é discutido em um conselho do qual as famílias fazem parte.
A correção salarial do corpo docente, segundo as escolas, também pesa nos gastos. "O dissídio dos professores só vem em março, e em uma época de aceleração da inflação como essa, não dá para prever o que vai acontecer", diz Fernando Caiubi, mantenedor do Colégio Elvira Brandão, onde o reajuste foi de 10%.
A escola também destaca os investimentos em tecnologia como fatores que pesam no orçamento. É o mesmo caso de colégios como o Bandeirantes.
"Estamos com o projeto de colocar o prédio todo em rede, além de aumentar o uso dos tablets", afirma o diretor-presidente Mauro Aguiar, que também aponta a participação nos lucros dos funcionários como outro fator, além do aumento salarial.
Ainda segundo os colégios, os gastos com infraestrutura e manutenção dos prédios também influenciam. "Existem custos com materiais, construções e melhoria das instalações, por exemplo", diz Maria de Lourdes Trevisan, diretora administrativa do Colégio Oswald de Andrade, cujo reajuste chegou a 9,7%.
Para o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), os reajustes das escolas consultadas pela reportagem está acima da média. "Realmente, índices de 12% a 15% são bem acima do que prevemos", afirma José Augusto Lourenço, vice-presidente da entidade, que havia previsto aumentos entre 8% e 10%.
Segundo ele, as escolas que não reajustarem suas mensalidades em pelo menos 10% podem ter prejuízos no ano que vem. "Além da inflação, investimentos e dissídio, existem fatores como a inadimplência e a própria economia mundial, que está em uma situação complicada. As escolas que não aumentarem podem não aguentar no ano que vem", diz Lourenço.
Fazendo as contas. Para os pais, o aumento na mensalidade exige fazer adaptações no orçamento da família. "Tem de controlar e negociar com o filho o aumento da mesada ou a compra de alguma coisa nova, por exemplo", afirma Mônica Jorge, mãe de um aluno do ensino médio do Colégio São Domingos, em Perdizes. Ela é um dos pais que fazem parte do conselho do colégio, onde se discute a planilha de gastos e os aumentos. "Um reajuste de 10%, como é o de agora, em valores absolutos, é alto. Mas, pelo serviço oferecido pela escola, os pais se sentem confortáveis em pagar."
Na casa da administradora Mônica Issa, que tem dois filhos no ensino fundamental da Escola Carlitos, em Higienópolis, também são feitos alguns "ajustes" para pagar a educação das crianças. "Não tem jeito, a gente tem de cortar algumas coisas, como viajar para o exterior ou mesmo trocar de apartamento, para poder investir nelas", conta. O reajuste nas mensalidades da escola, que oferece ensino semi-integral, foi de quase 12%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário