segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AS CHUVAS EM PONTA GROSSA

Desde o último sábado, chuvas relativamente intensas tem atingido praticamente todo o estado, inclusive Ponta Grossa. A Princesa dos Campos, apesar de pujante no aspecto econômico, apresenta diversos problemas ambientais como bueiros entupidos, processos erosivos, deslizamentos de solos e inundações.
Com as chuvas dos últimos dias, vários locais da cidade foram atingidos por estes problemas. O mais impressionante de todos, talvez tenha ocorrido num lago situado no Arroio Olarias (no bairro homônimo). Às margens deste lago ocorre, inclusive, uma unidade de uma importante instituição de nível superior dos Campos Gerais.

Nesta segunda-feira pela manhã, funcionários, estudantes e professores foram surpreendidos quando a principal via de acesso para a instituição estava tomada de água, impossibilitando assim a execução de suas atividades. O lago, por estar posicionado num fundo de vale recebe grandes quantidades de águas, partículas de solos e lixo (sendo este descartado erroneamente pela população local). Com isso, é normal que o lago tenha sua profundidade diminuída ao longo dos anos devido ao material acumulado em seu fundo. Consequentemente, com as grandes quantidades de chuvas que se precipitaram nos últimos dias, o nível do mesmo subiu, atingindo assim a principal via pavimentada da instituição de ensino.

Diversos estudos e pesquisas envolvendo a problemática ambiental já foram realizados abrangendo esta área da cidade. Porém, medidas efetivas no que se refere à prevenção de acidentes deste tipo nunca foram tomadas. Pelo contrário, o descaso transparece quando processos como esse são deflagrados.

O mais interessante nesse contexto é que a cidade possui cursos técnicos, superiores e até mesmo pós-graduações (especialização e mestrado) na área ambiental e em engenharia civil (áreas do saber diretamente ligadas aos problemas acima citados).

Os bancos acadêmicos continuam sendo tratados à moda antiga, o ensino baseado na tríade: professor, giz e lousa. Enquanto isso, as premissas “pesquisa e extensão” ficam apenas nos discursos, verdadeiras propagandas.

Certamente, as instituições de ensino possuem mentes brilhantes (tanto de professores, quanto de alunos) para realizarem atividades de pesquisa e de extensão nas comunidades com o intuito de aplicarem os conhecimentos vistos em sala de aula e, consequentemente darem sua contribuição técnica e humanitária para áreas que estão praticamente abandonadas pelo poder público.



ISONEL SANDINO MENEGUZZO (DOUTORANDO EM GEOGRAFIA - UFPR)

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