Autor(es): Diego Abreu
Correio Braziliense - 02/12/2010
Segundo estudo do IBGE, quem nasceu em 2009 tem chance de viver 73,17 anos. Período é quase 17% maior que o registrado há 30 anos
A expectativa de vida dos brasileiros que nasceram em 2009 subiu para 73,17 anos. Levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra um crescimento de 10,6 anos na esperança de vida no país nos últimos 29 anos. Em 1980, o índice era de 62,57 anos. Desde então, o IBGE verificou uma alta média anual de 4 meses e 12 dias. Na comparação entre 2009 e 2008, o aumento da expectativa de vida foi de 3 meses e 22 dias.
De acordo com a projeção feita pelo IBGE, os brasileiros viverão em média 81,29 anos em 2050, patamar menor que o atual índice do Japão, onde há a maior esperança de vida ao nascer: 82,7 anos. Os dados mostram que as mulheres continuam com uma esperança de vida mais longa que os homens no Brasil. Elas viverão em média 77 anos, enquanto eles terão a expectativa de viver até os 69 anos.
A diferença justifica-se pelo alto índice de mortalidade de pessoas com idade entre 20 e 24 anos. Há três décadas, verificavam-se duas mortes de homens nessa faixa etária para cada óbito de mulher. Hoje, os homens têm 4,5 vezes mais chances de morrer, principalmente por causa dos óbitos violentos, como homicídios e acidentes de trânsito.
Os números também mostram uma perspectiva de vida mais longa para os idosos que tinham 60 anos no ano passado. Em 1980, a projeção para essa faixa etária era de viver mais 16,39 anos. Agora, a projeção é de que terão mais 21,27 anos, chegando a mais de 81 anos.
Responsável pela análise dos dados, o técnico do IBGE Fernando Albuquerque aponta as melhorias que aconteceram no Brasil nas últimas três décadas como o principal fator responsável pela elevação da expectativa de vida.
“Fatores como a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa aumentam a cada ano a expectativa de vida do brasileiro. A diminuição da mortalidade já vinha sendo registrada desde meados da década de 40, no pós-guerra. Conforme essas condições vão melhorando e vão sendo expandidas para onde a mortalidade ainda é mais alta, como no Nordeste, a expectativa de vida no país aumenta”, analisou Albuquerque.
Diferenças locais
Em 1980, o país registrava 69 óbitos para cada grupo de mil nascidos vivos. Em 29 anos, o índice de mortalidade infantil caiu para 22. A disparidade entre as regiões, porém, ainda é evidente. “Ainda existe esse diferencial interregional e, da mesma forma, dentro da própria região, encontramos expressivas diferenças”, afirmou o técnico do IBGE.
Entre as unidades da Federa-ção, Alagoas aparece como a pior do ranking, com 46,4 crianças mortas para cada mil nascidos vivos. O Rio Grande do Sul, com 12,7, registra a menor taxa. Já o Distrito Federal é a quarta, com índice de 15,8 mortes.
Para o aposentado Antonio Geraldo Sobrinho, 81 anos, o progresso que o país tem vivido nas últimas décadas colaborou para o aumento da expectativa de vida. Casado há 57 anos, pai de dois filhos e nascido na Paraíba, ele diz que a receita para viver muito é “se alimentar bem, ter tranquilidade, uma boa noite de sono e fazer exercício todos os dias”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário