Valor Econômico - 02/12/2010
Apenas 11 em cada cem estudantes brasileiros do terceiro ano do ensino médio saem da escola com nível de aprendizado satisfatório em matemática. Em língua portuguesa, 28,9% dos estudantes que terminam o antigo colegial com domínio do conhecimento compatível ao curso. As informações fazem parte do relatório "De Olho nas Metas", divulgado ontem pelo movimento Todos pela Educação.
A entidade criou cinco metas de acesso, qualidade e gestão na área educacional no Brasil e acompanha os resultados periodicamente. Aprendizagem desejada sem distorções de série é um dos principais objetivos monitorados - estabelece que, até 2022, pelo menos 70% dos estudantes brasileiros deverão aprender o que é essencial em sua etapa de ensino.
Pouco mais de um terço dos alunos do 5º ano do ensino fundamental sabe ler e escrever de acordo com o esperado para a série. Também há defasagem no aprendizado de matemática, no caso de alunos do 9º ano. Os resultados em língua portuguesa dos alunos do 5º ano ficaram abaixo do esperado: apenas 34,2% aprenderam o que deveriam, enquanto a meta era chegar a 36,6%. Em matemática, 32,6% dos estudantes atingiram o resultado esperado, superando os 29,1% estipulados.
Para os alunos do 9º ano do ensino fundamental, o cenário é inverso: a meta de português foi atingida, mas a de matemática não. Apenas 14,8% dos estudantes aprenderam o esperado para a série que cursavam - abaixo dos 17,9% estipulados pelo Todos pela Educação. Em língua portuguesa, 26,3% atingiram a pontuação adequada, superando a meta de 24,7%.
O estudo também traz análises sobre o financiamento público da educação. O Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior investimento público por aluno da educação básica ao ano, com a aplicação de R$ 4.834,43. Roraima aparece em seguida, com R$ 4.365,37 gastos anualmente.
De acordo com o relatório, o gasto educacional por aluno não tem relação com a região do país ou com a renda média da população do Estado. Os recursos públicos investidos em cada estudante cresceram nos últimos anos, mas ainda variam bastante: 12 estados investem menos do que a média nacional, de R$ 2.948.
Se Distrito Federal e Roraima lideram a lista dos que mais investem. Na outra ponta, Bahia, Paraíba e Amazonas apresentam os menores valores anuais por aluno: R$ 1.766,94, R$ 1.802,39 e R$ 1.868,07, respectivamente. São Paulo aparece na 9ª colocação, com investimento anual por aluno de R$ 2.930,56.
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